segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Basic Jazz












Mais um programa especial. Depois de um longo período de ausência, resolvi fazer um set só de pedradas jazzísticas com grandes clássicos da música norte-americana. Ressaltando que não houve uma intenção em delimitar estilos, seguir o desenvolvimento cronologicamente de forma linear, a única preocupação foi selecionar grandes instrumentistas e orquestras em seus períodos mais profícuos, mais nada.

Assim, começo com a mais pesada de todas as Big Bands, Count Basie e seus companheiros de várias noitadas em Kansas City, vale lembrar que uma das maiores lendas do jazz, Lester Young foi o sax tenor de Basie, refererência absoluta de dez entre dez saxofonistas de jazz, de Charlie Parker à Sonny Rollins e Coltrane, vale à pena notar o vigor dos seus solos arrasadores e sempre bem acompanhados por Basie. Para quem quiser se aprofundar mais, indico o filme de Robert Altman, Kansas City, onde vocês poderão acompanhar as noites conturbadas e quentes da cidade em questão, a trilha sonora do filme fica por conta de Count Basie Orchestra ( interpretada por excelentes músicos )que toca às noites todas no club subterrãneo da cidade. O filme trás ainda um duelo insano entre Lester Young e Coleman Hawkins, - a outra grande referência dos saxofonistas de jazz -, confronto este assistido por ninguém menos que um menino, cujo sobrenome é Parker e que logo viria a ser um dos maiores jazzman do século. A faixa que aqui apresento de Basie é Every Tub do álbum Basie Boogie.

Outro grande nome do Jazz, Duke Ellington, vem na seqüência, com grande sensibilidade e peso, Boo Dah é um estrondo suave e noturno que com solos metálicos compõem uma obra prima verdadeiramente moderna e norte-americana.

J. J. Johnson é representado aqui com a faixa Neo, com seu potente trombone é acompanhado por Harold Mabern no piano, Arthur Harper no baixo e Frank Gant na bateria. Neo é uma inegável evidência (Proof Positive) de que o jazz, a despeito das críticas acadêmicas, consolidou-se como um estilo autêntico e legítimo da música contemporânea.

Em seguida, uma faixa de um dos discos que considero um dos dez mais importantes da história do Jazz, a faixa é Dear Old Stokholm, o álbum é Round About Midnight e os interpretes; John Coltrane – sax tenor, Red Garland – piano, Paul Chambers – baixo e Philly Joe Jones na bateria, são liderados pelo mais sensível trompetista e bandleader da história do jazz , Miles Davis.

Já que Coltrane aparece na faixa anterior, nada melhor do que uma composição em que este aparece liderando seu próprio quarteto, em uma das suas fase mais profícuas e originais, Coltrane compõe Song of the Underground Railroad. Aqui a música é executada por Coltrane no sax tenor, McCoy Tyner no piano, Reggie Workman no baixo, Elvin Jones na bateria, e uma curiosidade todas as faixas deste álbum, The Complete Afrika/Brass Sessions, são conduzidas por Eric Dolphin.

Continuando nossa agradável viagem por esta estrada férrea e sinuosa jornada nos deparamos com outro mestre, Charles Mingus e uma pedrada atordoante, Boogie Stop Shuffle, com o peso e a exuberância única de Mingus que avança com ritmos inusitados. Infelizmente, não posso colocar o trabalho todo, mas fica aqui indicado outro disco fundamental do Jazz, Mingus Ah Hum, sua audição é obrigatória.

Agora quem se apresenta por meu intermédio é Sonny Rollins, um dos grandes saxofonistas dos 50-60. Um artista inquieto sempre recriando-se a si mesmo sem se diluir em suas recriações. Solos objetivos e swingados, espirituais e extrovertidos que apresentam um músico conseguindo equilibrar os mais antagônicos paradoxos. Acompanhado por músicos do porte de Max Roach na bateria, Tommy Flanagan no piano e Doug Watkins no baixo compreendemos que a música é uma linguagem capaz de estabelecer a comunicação e a sintonia entre almas de uma modo que possivelmente nenhuma outra linguagem pode fazer.

Finalizando, um dos nomes mais injustiçados da história do jazz, pouco reconhecido, morto jovem, talento precoce. Lee Morgan é um nome que rivalizaria com o próprio Miles davis, se este é agraciado com uma sensibilidade única, Lee Morgan é detentor de uma precisão inigualável. O brilho dos solos de trompete inconfundível foi apagado em 19 de fevereiro de 72, morto pela amante com um tiro no coração, morreu sobre o palco, sendo seu último sopro uma nota expelida pelo trompete. Aos 33 anos deixou um fértil legado que aos poucos estou conhecendo. Acompanhado por nomes como Wayne Shorter, sax tenor, Grant Green na guitarra e Herbie Hancock no piano criaram o álbum Search for the New Land, outra pérola recomendada a todos.

Bem, fico por aqui e espero que gostem da novidade, ficaria mais feliz ainda se deixassem suas opiniões e sugestões sobre um podcast, agradeço a visitae as sugestões.

Falou.

1. Count Basie – Every Tub
2. Duke Ellington - Boo Dah
3. J. J. Johnson – Neo (Proof Positive -
4. Miles Davis Quintet – Dear Old Sotckholm
5. John Coltrane Quartet – Song of the Underground Railroad
6. Charles Mingus – Boogie Stop Shuffle
7. Sonny Rollins – Strode Rode
8. Lee Morgan – Mr Kenyatta




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