segunda-feira, 2 de junho de 2008

Festival do Cinema Moderno da América Latina em Moscou

Prezados ouvintes, em Moscou acontece o Festival do Cinema Moderno da América Latina. Os filmes são exibidos no Museu do Cinema, no edifício da Casa Central do Artista. O programa inclui filmes de Cuba, Venezuela, Colômbia, Brasil, México, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai e Guatemala. E sobre esta festa do cinema na edição de hoje do nosso programa «No Mundo da Cultura».

Edição da nossa correspondente Ella Barisova.

A realização deste festival é uma iniciativa dos funcionários do Instituto da America Latina, da Academia de Ciências da Rússia, e do Museu do Cinema. O diretor do festival é famoso especialista em cinema Naum Cleyman que há muitos anos trabalha com a cinematografia latino-americana. E foi pela sua iniciativa que no Museu do Cinema já aconteceram muitas retrospectivas de filmes do México, Cuba, Brasil, Chile e Equador. Porém até o momento todo o brilho, talento e diversificação do cinema latino-americano são ainda pouco conhecidos do publico russo. O objetivo do primeiro festival do cinema moderno da America Latina é ampliar este conhecimento, fazer com que semelhantes acontecimentos sejam freqüentes e tradicionais.

Ao elaborar o programa deste festival seus organizadores desejavam não somente apresentar o cinema moderno da America Latina, mas também recordar ao público sobre os contatos artísticos entre os mestres cinematográficos russos e latino-americanos. E estes contatos começaram há muito tempo quando no inicio dos anos 30 o notável cineasta Serguei Eisenstein viveu em México quase dois anos onde rodava o filme sobre este país, sua historia e tradições. O filme de Serguei Eisenstein — «Viva o México», mesmo que não tenha sido concluído, entrou para o acervo do cinema mundial. E em nossa época o cineasta Igor Romanovsky, repetindo o itinerário de Serguei Eisenstein, criou o filme «Enfermidade mexicana», imagens que hoje são reconstituídas neste país latino-americano.

O filme — «Viva o México!» foi exibido no festival no dia 19 de fevereiro. Em breve nossos ouvintes também poderão ver este trabalho de Igor Romanovsky.
- Vamos falar do programa deste festival. Um dos seus tutores é o funcionário do Instituto da America Latina, Alexei Tchernishev. Aliás, a idéia de realizar este festival pertence ao grupo de jovens funcionários deste centro científico:

O programa é aquilo mesmo que imaginávamos, e chegamos à conclusão que deveríamos incluir 20 filmes de 11 países da América Latina, — disse Alexei Tchernishev. Recorremos à ajuda do Museu do Cinema, às embaixadas dos países latino-americanos em Moscou. Foi com alegria que nos deram este apoio, sendo que os filmes nós mesmos é que selecionamos.


O primeiro trabalho a ser exibido no festival foi o filme colombiano «Soñar no cuesta nada» do cineasta Rodrigo Triana. Filme rodado com base em acontecimentos reais ocorridos na Colômbia. Soldados do batalhão antiterrorista encontram o esconderijo dos rebeldes colombianos com 46 milhões de dólares. E acabando com a alegria desse achado inesperado entra em cena o desespero: a ponte – único meio de ligação com a civilização é explodida, o grupo de soldados fica isolado do restante do mundo. Agora o objetivo principal dos heróis é sair da selva e realizar os seus sonhos. O filme levou o prêmio «Goya» na Espanha na categoria de «Melhor filme estrangeiro em espanhol» e foi premiado no Festival Internacional do Cinema em Cartagena.

Em geral muitos filmes do nosso programa; prossegue Alexei Tchernyshev são trabalhos premiados. Por exemplo, o filme mexicano «No limiar» da cineasta Teresa Suares, onde atuam atrizes jovens, recebeu o premio «Deusa de Prata» da critica cinematográfica mexicana nas categorias «Melhor estréia», «Melhor atriz», «Ator. Revelação do ano».

E o filme do cineasta uruguaio, Guilhermo Casanova intitulado «Viagens ao mar» recebeu o premio de «Melhor filme» da Associação de críticos do cinema do Uruguai; o premio principal «Colón de Oro» de «Melhor ator» no festival do cine ibero-americano em Huelva. E também neste festival o premio «Don Quixote» foi concedido ao filme guatemalteco «O Silencio de Neto» do cineasta Luis Argueta. Nele são refletidos os acontecimentos históricos na Guatemala quando em 1954 se deu o golpe de Estado neste país. E neste tempo nada fácil é que cresce o menino Neto, sendo que sua vida e de sua família enfrenta mudanças devido às desavenças políticas.

Alexei Tchernyshev destaca no programa deste festival os filmes cubanos. De acordo com suas palavras estes filmes despertam grande interesse do nosso público:

Foi exibido o filme «Três vezes dois», produzido em 2004, — disse Alexei Tchernyshev. Este filme é uma trilogia composta de três novelas rodadas pelos jovens cineastas Pavel Giroud, Lester Hamlet e Estevan Insausti – representantes da nova onda do cinema cubano. O herói de uma das novelas é um jovem fotografo que se prepara para uma exposição muito importante para sua carreira. A heroína da segunda parte da trilogia é uma senhora idosa com o nome de Lila que sou sobre o retorno de uma pessoa que amou quando jovem. O enredo da terceira parte é a historia de duas pessoas solitárias. O amor delas foi substituído pela fantasia até serem novamente unidas pelo destino e a luz vermelha do semáforo. O filme recebeu o premio «Zênite de Prata» de «Melhor estréia» no Festival Internacional do cinema em Montreal, prêmios em festivais latino-americanos, foi calorosamente recebido pelos moscovitas. Como também o filme — «Viva Cuba» de Juan Carlos Cremata que retrata os problemas familiares, as relações dos pais com os filhos. Os heróis principais deste filme são dois adolescentes que juram amizade eterna apesar das desavenças entre seus pais. «Viva Cuba» recebeu o premio principal do Festival do Cinema Infantil na Alemanha, o premio principal em Cannes de «Melhor filme Infantil».

O terceiro filme cubano do nosso programa é «Suíte de Havana» do cineasta Fernando Peres dedicado a capital do país. «Suíte de Havana» — são cores vivazes, extraordinárias melodias populares e os contrastes da vida nada simples na Ilha da Liberdade.

O festival vai até 6 de março, — disse encerrando sua entrevista Alexei Tchernyshev. E da cada dia deste evento é a revelação do cinema moderno da America Latina e ao mesmo tempo a oportunidade extraordinária de conhecer o próprio continente, conhecer a vida dos seus povos. Nossos agradecimentos aos diplomatas e funcionários das embaixadas dos países latino-americanos em Moscou que nós ajudaram na organização e realização do festival. Aliás, essas pessoas são os convidados de honra do festival que apresentam os filmes dos seus países.

Um dia do festival quem apresentou o filme da Bolívia foi o assessor da embaixada do seu país em Moscou, senhor Xavier Viscarra. E sobre o filme ele também falou em entrevista ao nosso programa «No Mundo da Cultura» da «Voz da Rússia»:

Xavier Viscarra disse ser muito agradável para a embaixada de a Bolívia apresentar o filme «Visto norte-americano», criado em 2005 pelo cineasta — Juan Carlos Valdivia. Esta é a ecranização do romance de Juan de Recacochea sobre o boliviano que desejava emigrar aos EUA, sonhando com a vida feliz. Porém nas tentativas de obter o visto o herói se conscientiza gradualmente de que o sonho norte-americano é um mito e que existem outros caminhos de encontrar a felicidade; viver de forma interessante no próprio país.

Saudando o festival de Moscou, o assessor da Embaixada da Bolívia disse:
Javier Viscara disse que a iniciativa do Instituto da America Latina para realizar o festival do cinema moderno latino-americano é uma iniciativa extraordinária. O festival irá colaborar para a aproximação da Rússia e América Latina. Os filmes desta mostra refletem a vida real dos latino-americanos, permite conhecer sua historia e tradições. Em geral os contatos culturais são muito importantes, eles conduzem à interação mútua, à aproximação dos povos.

01.03.2008

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Fonte - http://www.ruvr.ru/main.php?lng=prt&q=2903&cid=78&p=01.03.2008


Ao som de Heitor Vila Lobos - Mazurkas Choro

Um comentário:

Rocco disse...

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