terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Em busca do novo cinema perdido.


Tentando preparar o terreno para uma análise da produção cinematográfica brasileira, contemporânea, gostaria de fazer um balanço sobre a história de nosso cinema. Deste modo, vou começar por uma brave análise do movimento que veio a ser denominado Cinema Novo. Para tal, tomarei como referência bibliográfica o texto de Fernão Ramos, “História do Cinema Brasileiro”, onde ele analisa o desenvolvimento dos debates e da produção das décadas de 50, 60 e início dos 70, as propostas iniciais e as rupturas daqueles que de algum modo ou de outro aderiram ao movimento e/ou se rebelaram.


Porém, para chegar ao texto de Ramos, pretendo fazer uma pequena introdução com o objetivo de deixar uma simples concepção de cinema a qual irá balizar meus argumentos e concepções.


Há uma bonita concepção de José Carlos Avellar acerca do cinema, no final da introdução de seu livro “O Cinema Dilacerado”, que parte de uma experiência espontânea e corriqueira. O brilho crepuscular do sol refletido e/ou decomposto como por um prisma em uma vidraça qualquer suscita uma rara beleza e encanto, sobretudo, àqueles dispostos a perceber estes espetáculos cotidianos e sutis. Por sua vez, fitar diretamente o sol é, sem dúvida, uma ação desestimulada por qualquer oftalmologista e mesmo que alguém queira fazê-lo o fará por poucos segundos antes de ficar totalmente ofuscado, nunca conseguindo visualizar a “realidade” solar.


Assim, o cinema seria uma espécie de prisma ou espelho por onde “o mundo”, “a vida” ou “a realidade” poderia vir à tona e “surgir” diante de nossos olhos. Por sua vez, “o mundo” seria totalmente inacessível aos nossos olhos nus. Gosto desta concepção e creio que não se trata de concordar ou discordar, se ela dá conta ou não do que é o cinema, mas apenas ressaltar que é uma concepção interessante.


Por outro lado, o cinema também é indústria, decorrente de processos sociais e históricos desencadeados pelas constantes revoluções industriais dos séculos recentes, marcado por uma vasta e complexa divisão de trabalho, constantemente coptado por regimes políticos e artistas e ideólogos das mais variadas tendências, dos anarquistas mais iconoclastas aos mais fervorosos conservadores o cinema tem “refletido” os mais variados nuances e brilhos. Dos países que ocupam as vanguardas do capitalismo até países com escassos parques industriais, muitas vezes, países destruídos por guerras civis e mundiais, todos, de algum modo, produziram seus filmes.

Na grande maioria dos casos as próprias condições políticas, sociais e econômicas destes países e regiões de um modo ou outro influenciaram em seus estilos e técnicas. O cinema alemão e suas sombras abissais, o cinema americano e sua montagem clara e objetiva, o cinema soviético marcado por suas perseguições implacáveis e pela propagando socialista extenuante, assim como alguns cineastas russos e sua espiritualidade impregnada em planos eternos e melancolicamente críticos da nossa modernidade desencantada. Enfim, muitos casos poderiam ser aqui citados, com diferentes níveis de profundidade nas afirmações e com muitas divergências.


Dentro destas escolas e tendências, cada país (ou povo, ou região, ou grupo) elabora e re-elabora dentro de suas possibilidades e tradições culturais sua produção e compreensão de cinema. Com o Brasil, claro, isto é uma verdade. A despeito das discussões acerca da existência ou não do nosso cinema (eu já ouvi dizer que não existe cinema brasileiro, e não foram poucas vezes), gostaria de parafrasear Antônio Cândido e adaptar a sua concepção acerca de nossa literatura para entendermos nossa produção cinematográfica, gostando ou não de nosso cinema, este é o cinema que temos e é este cinema que nos expressa.


Deste modo, creio que anárquico ou não, temos um cinema, inclusive com uma vasta historiografia e experiências, há a busca, há os encontros e os desencontros. Há os desacertos da tentativa industrial da Vera Cruz, da Atlântida, há o bombardeio exuberante e verborrágico glauberiano, há uma história.


Deste modo, quando Avellar nos fala que;


“...o que melhor caracteriza o cinema que fizemos neste período (e também o que fizemos um pouco antes dele e continuamos a fazer um pouco depois dele) é a existência simultânea e algo indisciplinado de diferentes estruturas cinematográficas” (AVELLAR, 1986, pg. 9).


Embora o autor se refira ao período que vai desde a promulgação do AI-5 até a abertura política, creio que este argumento possa ser atribuído a toda história de nossa cinematografia e também conseqüência daquilo que alguns preferem chamar de subdesenvolvimento e outros por identidade brasileira pós-colonial e católica. Neste caso, o que entendo por Brasil é um país que não se modernizou efetivamente, mas nem por isso deixa de ter sua história só por que ela é caótica e tumultuada. Entendo que o autor defendia a pluralidade, mas pretendia uma pluralidade harmônica ao invés de dissonante, porém, creio que pedir a um cineasta como Glauber Rocha o mínimo de coerência já seria uma árdua tarefa, imagine de todo os cineastas brasileiros!?


Feita estas observações, me debruço sobre o texto de Fernão, assim como outras fontes citadas pelo mesmo, onde ele apresenta o embrião do que viria a ser o Cinema Novo e uma divisão marcada por três momentos importantes do mesmo, momentos estes representados por três filmes emblemáticos e que expressam o que poderíamos chamar de “infância”, as transformações e as rupturas inerentes ao Cinema Novo.



O Início de um movimento

A onda inaugural do que viria a se consolidar como Cinema Novo seria aquela com produções realizadas pelo CPC (Centro Popular de Cultura) vinculado a UNE, como a coletânea de curtas; “Cinco Vezes Favela”, e algumas significativas produções baianas (Bahia de Todos os Santos, A Grande feira, Tocaia no Asfalto, Barravento, entre outros), além de algumas produções de Nelson Pereira (Rio Zona Norte), Paulo César Saraceni (Arraial do Cabo), Linduarte Noronha (Aruanda,) entre outros.


Esta produção continha de forma geral e mais explícita o problema de um deslocamento dos próprios autores em relação ao mundo que queriam retratar. Na sua grande maioria, oriundos de uma classe média bastante culta - inclusive, uma geração considerada muito mais culta e intelectualizada que a dos produtores e artistas da geração anterior.(DAHL, 1966, pg.196)


Por outro lado, seguindo tendências do momento que davam uma importância especial ao cinema de autor e do autor no cinema - muito em voga depois da Novelle Vague francesa - e questionando a produção anterior ao período saturada pela chanchada e dos fracassos da Vera Cruz e da Atlântida, esta tendência irá tentar reinventar o cinema brasileiro. Com acertos e erros.


Neste caso, a produção desta fase inicial peca por uma concepção populista do cinema, este que deveria servir de instrumento de conscientização das classes oprimidas[1], e que na verdade acabou caricaturando de forma preconceituosa tanto o povo como as elites econômicas e políticas. Deste modo, o que se apresentou foram filmes simplistas que formatavam a realidade e transpunham “uma ortodoxia marxista mal digerida, que transfere mecanicamente para o cinema esquemas elaborados em função da abordagem do processo industrial na produção social como um todo” (RAMOS, 1987, pg.303)[2].


Além do mais, estaria marcada por uma linguagem simplista, que não deixaria...


“...à realidade a menor possibilidade de ser mais rica, mais complexa do que o problema que o diretor queria expor, tal como aparece no filme, a realidade não dá margem a nenhuma outra interpretação além do problema apresentado. É uma espécie de realidade asséptica que permite uma compreensão e uma interpretação única: a do problema enunciado!”(BERNARDET, 1965, pg 221).


Bernardet, embora reconhecesse a importância de “Cinco Vezes Favela” nunca teve complacência com o que viria a ser chamado cepecismo, ou seja, a tendência, como já dita anteriormente, de realizar um cinema engajado com as classes ditas populares da qual muitos dos diretores não eram oriundos.


Neste momento, talvez nem mesmo os diretores e artistas envolvidos na dura aventura de realizar seus filmes e buscar uma possibilidade de linguagem tenham percebido a potência e autonomia de seus anseios. Talvez as coisas não estivessem muito claras, mas gradualmente iriam se constituindo e se desenvolvendo até atingir um clímax. Assim, em 63 uma vasta produção já havia sido realizada e é neste momento, que de uma fértil onda de produtividade podemos delimitar aquilo que seria um primeiro ciclo fechado do dito Cinema Novo.



Primeiro ciclo do Cinema Novo


Sendo escolhido por Fernão Ramos para representar o que ele chama de primeira “trindade” do Cinema Novo; Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha, Os Fuzis de Ruy Guerra e Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos, todos de 1963. Filmes que retratam um Brasil remoto e ensolarado, um Brasil distante e quase mítico que é palco de conflitos políticos e sociais. É bom lembrar que estes filmes não inauguram o Cinema Novo, mas se tornam ícones representativos de sua primeira fase.


Em seus argumentos, estes filmes efetuaram um distanciamento ainda maior do que o que havia sido feito anteriormente em relação às classes populares, se filmes como “Cinco Vezes Favela” buscavam narrar os problemas dos “economicamente pobres” urbanos[3]. Agora a distancia se acentuou e o foco temático passaria a ser o sertanejo nordestino em seu “habitat” natural. Além disso, buscou-se uma maior elaboração na linguagem fugindo do didatismo simplista habitualmente utilizado para qualquer tipo de propaganda; comercial, ideológica ou institucional. Pouco após a ruptura com o CPC, causada em função justamente de problemas relacionados à delimitação conceitual do que seria o Cinema Novo, afirma Fernão Ramos sobre Glauber que este tinha especial atenção à questão da linguagem devido ao temor de que “a sua arte e o Cinema Novo em geral viessem a ser instrumentalizados em função de necessidades políticas imediatas” (RAMOS,1987,pg.334). Não bastando os problemas com o CPC, o “pensador” do novo movimento cinematográfico ainda teria por modelo negativo produções como “O Pagador de Promessas” e “Assalto ao Trem Pagador” - ambos de 1962 - os quais ele compreendeu como produções pautadas por modelos de produção e narrativo que atuavam “esmagando a expressão contemplativa da miséria nacional transformada em fonte de renda pelos produtores a serviço de uma ideologia do entorpecimento” (Idem, pg.335).


Não obstante a questão da linguagem e conteúdo, outro aspecto fundamental da arte cinematográfica fora pensada por estes autores, a questão da própria produção.


É certo que desde Nelson Pereira e seus filmes “Rio 40 Graus” e “Rio Zona Norte” novas formas de produção foram pensadas no sentido de fugir à produção industrial, sendo tentadas formas desde esquemas como mecenato, doações e cooperativas até cotas e subsídios minguados de setores estatais. A conseqüência fora uma incorporação intencional das próprias dificuldades de modo a construir um estilo particular, um exemplo excelente desta busca é a fotografia estourada, sem filtros, que aquece aridamente muitos dos filmes deste período. Porém, os contratempos não são poucos, e o endividamento de muitos dos autores engajados assim como deficiências técnicas insuperáveis, o som em muito destes filmes, como em os Fuzis. Muito deste posicionamento fora influenciado por uma radicalização com forte influencia marxista mal digerida que jogava a “água da bacia fora junto com a criança”, pois confundia todo o tipo de indústria cinematográfica com o modelo de indústria fracassado vigente no Brasil no período anterior. Talvez este seja um dos maiores erros de muitos autores que se atiraram com muito ímpeto à produção independente sem planejamento e ao menos conseguiram realizar seus filmes ou custear a própria produção. Glauber tinha uma compreensão que as escolhas estéticas do autor deveriam ser pautadas em escolhas éticas, e um autor que se dispusesse a participar da vanguarda do cinema novo deveria optar pelas escolhas de sua elite e sua leitura particular do pensamento marxista ao qual Glauber tinha franca adesão.


Em relação a estes três filmes que marcam o ciclo inicial cinemanovista gostaria de salientar que não pretendo aqui entrar no mérito da análise destes e nem de apresentar seus argumentos, pressuponho o conhecimento tanto destes como dos filmes pertencentes às outras tríades, pretendo apenas apresentar os argumentos gerais sobre estes ciclos e o desenvolvimento inerentes aos mesmos.


Quanto a este primeiro ciclo e seus resultados dois autores são bastante contundentes em suas críticas e vieram a contribuir e muito para repensar a produção inicial “autenticamente cinemanovista”, Gustavo Dahl no que tange aos meios de produção materiais do filme e Jean Claude Bernardet e a reflexão sobre a linguagem destes filmes.


Se por um lado, estes autores pensavam num sistema “alternativo” de produção, este se viu inviável, segundo Fernão ramos citando Gustavo Dahl:


“...a maravilhosa alquimia pela qual alguns visionários transformam prejuízos financeiros em altas manifestações da cultura brasileira, tornou-se insustentável”. (RAMOS, 1987, pg.354)


Gustavo Dahl, sem ingenuidade e romantismo, visualizava uma concepção de cinema que estivesse antenado com perspectivas de mercado (público), tendo a clara concepção de que o cinema é indústria, ou ao menos, uma arte industrial extremamente complexa e integrada a certas demandas, e que deveriam levar em conta questões como produção, distribuição e exibição. Dahl parte, em seu texto “Cinema Novo e Estruturas econômicas Tradicionais” (1966) do pressuposto de que não apenas o cinema brasileiro passa por uma crise, mas sim todo o cinema mundial. Compreende que cada centro produtor re-elabora suas concepções e produção de cinema com o objetivo de superar crises das mais diversas, como, por exemplo, o surgimento e voluptuosa expansão da televisão. Para Dahl, existem questões centrais acerca do desejo e natureza do público que deveriam ser efetivamente pensadas antes da produção de um filme ou de uma indústria ou movimento cinematográfico viável.


São estes os pontos cruciais para Dahl:


· “O Cinema deixou de ser a arte diversão das massas para ser a arte diversão da classe média”.

· “O público não vai mais ao cinema, genericamente, automaticamente; o público vai agora ver um filme preciso, do qual exige precisas qualidades, como arte ou como espetáculo”.

· “O público pede dos filmes o que a televisão não lhes dá: fasto, violência, sexo, erotismo, profundidade psicológica, beleza plástica, qualidade artística estratificada”...

· “Qualquer cinematografia que não a norte americana só pode subsistir na medida em que se apóia em seu mercado interno e dentro dele reserva para si os meios indispensáveis a sua continuidade”.

· Não há mais o sucesso médio: um filme ou vai muito bem ou vai muito mal”.(DAHL, 1966, pg. 194-195)


Entre outros pontos, inclusive alguns já citados por mim neste texto, como por exemplo, a questão dos fracassos da Vera Cruz e da Atlântida, por motivos específicos; das diferentes estratégias de enfrentamento da crise adotada por grandes centros produtores e da superioridade cultural e intelectual dos novos diretores do Cinema Novo, ele vislumbra um cenário cinematográfico incipiente, desenraizado, artisticamente anacrônico e industrialmente mal formulado marcado por conflitos agudos entre dois grupos antagônicos, sendo um destes grupos formados por exibidores brasileiros aliados a distribuidores internacionais (sobretudo norte-americanos) contra distribuidores e produtores brasileiros, onde o principal prejudicado, sempre fora os produtores brasileiros, estes que amargavam prejuízos astronômicos via de regra. Destarte, a posição defendida por Dahl[4] seria a “transformação da estrutura semi-industrial do cinema brasileiro numa estrutura verdadeiramente industrial, através da difusão de uma mentalidade empresarial”. (DAHL, 1966, pg.203)


Entendendo esta industrialização dividida em vários setores interligados, desde a produção cinematográfica até produção de material como película, equipamentos de som, etc, assim como a modernização dos serviços de distribuição e exibição, criando “condições para que os diretores brasileiros universalizem e apurem sua linguagem através de seu uso freqüente, e em liberdade”.(IDEM, pg.204)


O que concordo na perspectiva de Dahl é que o público deve ser atendido, uma vez que tanto em regimes socialistas de economia planificada ou em sistemas capitalistas de mercado é o público que legitima em última instância o sucesso ou fracasso de um filme, pois diferente de um texto literário ou poema, que requerem basicamente papel e lápis, ou a pintura que requer uma pequena variação de tintas, por sua vez o cinema requer pesados recursos humanos e materiais oriundos geralmente do público que o prestigia.[5]


No que tange a linguagem os argumentos de Bernardet já foram de algum modo apresentados, mas merecem aqui uma maior atenção. Estes argumentos constam no artigo “Para um Cinema Dinâmico” e estão incluídos de forma geral no livro “Brasil em tempo de Cinema”, ambos presentes na bibliografia do presente trabalho.


Bernardet parte da idéia de que em momentos de transformação social e/ou crise ocorre uma reestruturação da linguagem e esta deve enfrentar novos paradigmas simbólicos. Assim, o didatismo não se apresenta como uma forma razoável de apreensão do mundo uma vez que se torna anacrônico não conseguindo problematizar questões sociais e estéticas cruciais, neste sentido, pode-se perceber um certo paralelismo entre Bernardet e Glauber diante de questões ligadas às chanchadas, à produção cepecista e até mesmo a filmes como o “Pagador de Promessas” e “Assalto ao Trem Pagador”. A sociedade brasileira naquele período assim como o cinema mundial e brasileiro encontram-se em uma profunda crise[6]. Esta compreensão da crise inerente ao mundo contemporâneo remete constantemente a um repensar da linguagem e dos seus símbolos. Neste sentido, Bernardet faz uma ressalva e talvez neste sentido faça críticas a experimentalismos formais exagerados que reformulam símbolos gratuitamente:


“O que se dá com mais freqüência é que artistas só aparentemente interessados nas mudanças e fazendo falsos esforços de adaptação passam a mudar gratuitamente os símbolos”...”mas não basta mudar os símbolos, signos, conteúdo, forma, etc, devem se propor a discutir novas questões, sua nova dinâmica”(BERNARDET, 1965, pg.219)


Para ele, o artista deveria omitir-se da descrição e provocar a reflexão, deve-se fazer com que o publico venha a tomar uma posição em relação ao mundo. Porém, creio que - agora o que faço aqui é uma leitura extremamente pessoal - é particularmente difícil ao artista, autor ou diretor de cinema realizar tal façanha, uma linguagem didática e simplificada e preguiçosa assim como uma linguagem exaustivamente rebuscada e confusa dificultam a tal tomada de posição diante do mundo. Numa sociedade complexa e com uma divisão do trabalho altamente diversificada não se pode forçar a todo público de cinema a adentrar o universo particular de autores grandiloquentes detentores de verdades herméticas. O limite entre exercício estilístico na linguagem e da comunicabilidade acessível é tênue e sem duvida caracterizam os grandes artistas. O que não quer dizer que o experimentalismo não seja pertinente e até mesmo crucial para a produção cinematográfica.


Outro aspecto amplamente apontado por Bernardet a respeito deste primeiro ciclo diz respeito ao distanciamento do universo de origem dos autores e obras em questão do mundo o qual eles retratam o que apenas reflete desenraizamento de sua classe e o vazio que preenche as suas existências, realizando na busca pelo outro uma legitimação da própria existência e uma (dês)conscientização acerca de um si alienado.


Os erros e os acertos deste primeiro ciclo de produção do Cinema Novo comportam para mim as questões mais relevantes na discussão sobre o movimento e toda produção da década de sessenta.



Segundo e Terceiro Ciclos do Cinema Novo


Neste ciclo[7] encontramos um momento de tomada de consciência dos próprios autores que agora abandonam o Brasil inóspito e retornam às metrópoles e a sua própria vida, uma vida desenraizada e pautada por uma violenta crise política, os filmes escolhidos para representar esta segunda fase são; “O Desafio”, de Paulo César Saraceni (1965), “Terra em Transe”, de Glauber Rocha (1967) e “Bravo Guerreiro” de Gustavo Dahl (1968). Assim, o principal diferencial entre o ciclo anterior e este diz respeito à questão da mudança de foco dos argumentos deixando de lado o Brasil distante e passando a retratar a realidade dos jovens cineastas. Mesmo que algumas inovações na linguagem sejam mantidas, os roteiros e a montagem sofrem uma amortização no experimentalismo e os filmes tornam-se mais compreensivos além de ainda manterem o papel autoral intocado e ainda assim como a mesma perspectiva independente em relação ao esquema industrial.


Num terceiro momento, filmes como “Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” de Glauber Rocha (1969), “Os Herdeiros” de Cacá Diegues (1969) e “Os Deuses Mortos” de Ruy Guerra (1970). Este terceiro ciclo já é marcado para uma acentuação do espetáculo como forma de atender as demandas do público, este momento prima pela busca de encher os olhos do espectador com cenários grandiosos e consequentemente uma abertura de concessões em relação á quantidade de recursos requeridos para a produção dos filmes decorrente de uma maior preocupação com o retorno financeiro dos mesmos. Outro aspecto é a acentuação do grotesco como uma forma de oferecer a violência espetacular e catártica tão desejada pelo público, violência muitas vezes representada por longos berros dilacerados denotando emoções extremas.


É inútil dizer que mesmo esta terceira fase fracassa o que nos faz retornar e repensar as posições de Dahl e de Bernardet já na metade inicial de década de 60, as concessões feitas pelos cinemanovistas não foram suficientes e neste período mesmo o principal ideólogo do Cinema Novo joga a toalha mudando então seu discurso, segundo Ramos sobre Glauber:


“o diretor reformula diversas de suas opiniões anteriores sobre o cinema industrial e a comunicação com o público. Esta emerge agora em primeiríssimo plano, relacionada não só ao setor de distribuição mas também à produção. Para Glauber ‘um dos problemas que existe na indústria são os diretores com [complexo de gênio]’(seriam os antigos autores?) ‘que sempre falam mal dos produtores’, fazem filmes horríveis, obrigando o produtor a cortar a obra”(RAMOS, 1987, pg.373).



Conclusão


Glauber demorou uma década para perceber estes pontos, mas mesmo assim, quando tudo parecia perdido este ataca em outro flanco, partiu rumo a novas experimentações, aproveitando uma pausa nas gravações de “Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” ele aproveita alguns excedentes de produção e de profissionais disponíveis e filma “Câncer”, reinventando contraditoriamente a si próprio e dando inicio a mais um movimento polêmico e dissonante que viria a ser chamado de Cinema Marginal, o que será um outro capítulo da historiografia do cinema brasileiro. Embora existam divergências acerca do lugar de “Câncer” dentro deste nova cinematografia, queiram ou não, Glauber estava no mínimo antenado com o movimento que teriam como representantes, Julio Bressane, Esganzerla e outros.


Deste modo, tendo esta leitura particular de nossa cinematografia, compreendendo a sua exuberância e a confusão intrínseca à mesma, sempre tentando encarar isso de modo positivo vejo dentro destes movimentos e a partir de autores independentes como Biáfora e Khoury um sincero interesse em superar às dificuldades da produção cinematográfica brasileira. Não fecho necessariamente com nenhuma das visões defendidas de forma categórica e intransigente, embora perceba a necessidade de modernização, o que quer dizer uma melhoria da indústria e inovação responsável da linguagem. Percebo também a importância, mesmo hoje, de que os filmes sejam tratados como produtos em si próprios, conseguindo autonomia diante do mecenato estatal e de financiamentos oriundos da iniciativa privada, ambos que atuam no sentido de submeter os filmes aos seus próprios interesses de propaganda e contra os quais os cineastas citados travaram intensa luta, inclusive sob pena de não realizarem seus projetos.


Voltando a citar Avellar, não vejo de forma tão firme a necessidade de balizar toda a produção cinematográfica, que ela seja dissonante e cheia de vida, que continue a buscar seus pequenos ou grandes públicos realizando obras primas com fracassos financeiros ou sucessos de bilheteria. Talvez, eu concorde com Glauber em muitos poucos aspectos, entre eles o de que “o caminho do cinema são todos os caminhos”.(ROCHA, 1981,pg.148)



Bibliografia


AVELLAR, José Carlos. Introdução. IN: O Cinema dilacerado. Rio de Janeiro. Alhambra. 1986.

BERNARDET, Jean -Claude. Brasil em tempo de cinema. Ensaio sobre o cinema brasileiro de 1958 a 1966. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1967.

________________________ Para um cinema dinâmico. In: Revista Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. Nº2, maio de 65.

DAHL, Gustavo. Cinema Novo e estruturas econômicas tradicionais. In: revista Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. Nº 5-6, maço de 1966.

RAMOS, Fernão. Os Novos Rumos do Cinema Brasileiro (1955-1970) In: História do Cinema Brasileiro. (Org) RAMOS, Fernão. Art Editora Ltda. São Paulo. 1987.

ROCHA, Glauber. Revolução do Cinema Novo. Alhambra, Rio de Janeiro. 981.

Internet

http://cinestesis.blogspot.com/2007/07/sobre-os-cinemas_03.html


[1] Esta uma postura talvez influenciada em demasia pelo cinema soviético, sobretudo Eisenstein e a preocupação de um cinema engajado politicamente cuja principal função seria a conscientização do proletariado.

[2] Esta crítica é dirigida a Nelson Pereira, mais especificamente à tese apresentada pelo mesmo no Congresso paulista de Cinema Brasileiro, em 1952, mas que podem ser dirigidas a toda produção cinematográfica em questão.

[3] Embora enfoca-se também o problema da migração nordestina rumo à região sudeste, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo.

[4] É importante lembrar que Gustavo Dahl fora o primeiro Presidente da ANCINAV- Agência Nacional de Cinema cuja gestão durou de 2002 a 2006.

[5] Gostaria de incluir aqui um texto que escrevi e postei neste blog, Sobre os Cinemas,

. http://cinestesis.blogspot.com/2007/07/sobre-os-cinemas_03.html

[6] Por outro lado, é importante lembrar que alguns autores, como Marx, compreendem a sociedade capitalista moderna como uma sociedade que tem a crise como sua condição de existência, como dito no próprio Manifesto Comunista; “Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo que é sagrado será profanado”.

[7] Prefiro o termo ciclo por este se referir a períodos históricos dinâmicos. O termo trindade me parece por demais místico, emprestando um encantamento às obras que não me parece muito pertinente.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Festival do Cinema Moderno da América Latina em Moscou

Prezados ouvintes, em Moscou acontece o Festival do Cinema Moderno da América Latina. Os filmes são exibidos no Museu do Cinema, no edifício da Casa Central do Artista. O programa inclui filmes de Cuba, Venezuela, Colômbia, Brasil, México, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai e Guatemala. E sobre esta festa do cinema na edição de hoje do nosso programa «No Mundo da Cultura».

Edição da nossa correspondente Ella Barisova.

A realização deste festival é uma iniciativa dos funcionários do Instituto da America Latina, da Academia de Ciências da Rússia, e do Museu do Cinema. O diretor do festival é famoso especialista em cinema Naum Cleyman que há muitos anos trabalha com a cinematografia latino-americana. E foi pela sua iniciativa que no Museu do Cinema já aconteceram muitas retrospectivas de filmes do México, Cuba, Brasil, Chile e Equador. Porém até o momento todo o brilho, talento e diversificação do cinema latino-americano são ainda pouco conhecidos do publico russo. O objetivo do primeiro festival do cinema moderno da America Latina é ampliar este conhecimento, fazer com que semelhantes acontecimentos sejam freqüentes e tradicionais.

Ao elaborar o programa deste festival seus organizadores desejavam não somente apresentar o cinema moderno da America Latina, mas também recordar ao público sobre os contatos artísticos entre os mestres cinematográficos russos e latino-americanos. E estes contatos começaram há muito tempo quando no inicio dos anos 30 o notável cineasta Serguei Eisenstein viveu em México quase dois anos onde rodava o filme sobre este país, sua historia e tradições. O filme de Serguei Eisenstein — «Viva o México», mesmo que não tenha sido concluído, entrou para o acervo do cinema mundial. E em nossa época o cineasta Igor Romanovsky, repetindo o itinerário de Serguei Eisenstein, criou o filme «Enfermidade mexicana», imagens que hoje são reconstituídas neste país latino-americano.

O filme — «Viva o México!» foi exibido no festival no dia 19 de fevereiro. Em breve nossos ouvintes também poderão ver este trabalho de Igor Romanovsky.
- Vamos falar do programa deste festival. Um dos seus tutores é o funcionário do Instituto da America Latina, Alexei Tchernishev. Aliás, a idéia de realizar este festival pertence ao grupo de jovens funcionários deste centro científico:

O programa é aquilo mesmo que imaginávamos, e chegamos à conclusão que deveríamos incluir 20 filmes de 11 países da América Latina, — disse Alexei Tchernishev. Recorremos à ajuda do Museu do Cinema, às embaixadas dos países latino-americanos em Moscou. Foi com alegria que nos deram este apoio, sendo que os filmes nós mesmos é que selecionamos.


O primeiro trabalho a ser exibido no festival foi o filme colombiano «Soñar no cuesta nada» do cineasta Rodrigo Triana. Filme rodado com base em acontecimentos reais ocorridos na Colômbia. Soldados do batalhão antiterrorista encontram o esconderijo dos rebeldes colombianos com 46 milhões de dólares. E acabando com a alegria desse achado inesperado entra em cena o desespero: a ponte – único meio de ligação com a civilização é explodida, o grupo de soldados fica isolado do restante do mundo. Agora o objetivo principal dos heróis é sair da selva e realizar os seus sonhos. O filme levou o prêmio «Goya» na Espanha na categoria de «Melhor filme estrangeiro em espanhol» e foi premiado no Festival Internacional do Cinema em Cartagena.

Em geral muitos filmes do nosso programa; prossegue Alexei Tchernyshev são trabalhos premiados. Por exemplo, o filme mexicano «No limiar» da cineasta Teresa Suares, onde atuam atrizes jovens, recebeu o premio «Deusa de Prata» da critica cinematográfica mexicana nas categorias «Melhor estréia», «Melhor atriz», «Ator. Revelação do ano».

E o filme do cineasta uruguaio, Guilhermo Casanova intitulado «Viagens ao mar» recebeu o premio de «Melhor filme» da Associação de críticos do cinema do Uruguai; o premio principal «Colón de Oro» de «Melhor ator» no festival do cine ibero-americano em Huelva. E também neste festival o premio «Don Quixote» foi concedido ao filme guatemalteco «O Silencio de Neto» do cineasta Luis Argueta. Nele são refletidos os acontecimentos históricos na Guatemala quando em 1954 se deu o golpe de Estado neste país. E neste tempo nada fácil é que cresce o menino Neto, sendo que sua vida e de sua família enfrenta mudanças devido às desavenças políticas.

Alexei Tchernyshev destaca no programa deste festival os filmes cubanos. De acordo com suas palavras estes filmes despertam grande interesse do nosso público:

Foi exibido o filme «Três vezes dois», produzido em 2004, — disse Alexei Tchernyshev. Este filme é uma trilogia composta de três novelas rodadas pelos jovens cineastas Pavel Giroud, Lester Hamlet e Estevan Insausti – representantes da nova onda do cinema cubano. O herói de uma das novelas é um jovem fotografo que se prepara para uma exposição muito importante para sua carreira. A heroína da segunda parte da trilogia é uma senhora idosa com o nome de Lila que sou sobre o retorno de uma pessoa que amou quando jovem. O enredo da terceira parte é a historia de duas pessoas solitárias. O amor delas foi substituído pela fantasia até serem novamente unidas pelo destino e a luz vermelha do semáforo. O filme recebeu o premio «Zênite de Prata» de «Melhor estréia» no Festival Internacional do cinema em Montreal, prêmios em festivais latino-americanos, foi calorosamente recebido pelos moscovitas. Como também o filme — «Viva Cuba» de Juan Carlos Cremata que retrata os problemas familiares, as relações dos pais com os filhos. Os heróis principais deste filme são dois adolescentes que juram amizade eterna apesar das desavenças entre seus pais. «Viva Cuba» recebeu o premio principal do Festival do Cinema Infantil na Alemanha, o premio principal em Cannes de «Melhor filme Infantil».

O terceiro filme cubano do nosso programa é «Suíte de Havana» do cineasta Fernando Peres dedicado a capital do país. «Suíte de Havana» — são cores vivazes, extraordinárias melodias populares e os contrastes da vida nada simples na Ilha da Liberdade.

O festival vai até 6 de março, — disse encerrando sua entrevista Alexei Tchernyshev. E da cada dia deste evento é a revelação do cinema moderno da America Latina e ao mesmo tempo a oportunidade extraordinária de conhecer o próprio continente, conhecer a vida dos seus povos. Nossos agradecimentos aos diplomatas e funcionários das embaixadas dos países latino-americanos em Moscou que nós ajudaram na organização e realização do festival. Aliás, essas pessoas são os convidados de honra do festival que apresentam os filmes dos seus países.

Um dia do festival quem apresentou o filme da Bolívia foi o assessor da embaixada do seu país em Moscou, senhor Xavier Viscarra. E sobre o filme ele também falou em entrevista ao nosso programa «No Mundo da Cultura» da «Voz da Rússia»:

Xavier Viscarra disse ser muito agradável para a embaixada de a Bolívia apresentar o filme «Visto norte-americano», criado em 2005 pelo cineasta — Juan Carlos Valdivia. Esta é a ecranização do romance de Juan de Recacochea sobre o boliviano que desejava emigrar aos EUA, sonhando com a vida feliz. Porém nas tentativas de obter o visto o herói se conscientiza gradualmente de que o sonho norte-americano é um mito e que existem outros caminhos de encontrar a felicidade; viver de forma interessante no próprio país.

Saudando o festival de Moscou, o assessor da Embaixada da Bolívia disse:
Javier Viscara disse que a iniciativa do Instituto da America Latina para realizar o festival do cinema moderno latino-americano é uma iniciativa extraordinária. O festival irá colaborar para a aproximação da Rússia e América Latina. Os filmes desta mostra refletem a vida real dos latino-americanos, permite conhecer sua historia e tradições. Em geral os contatos culturais são muito importantes, eles conduzem à interação mútua, à aproximação dos povos.

01.03.2008

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Fonte - http://www.ruvr.ru/main.php?lng=prt&q=2903&cid=78&p=01.03.2008


Ao som de Heitor Vila Lobos - Mazurkas Choro

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Alemanha cindida


de 1° a 14/5

Idade recomendada: 16 anos
retirada de ingressos: uma hora antes de cada sessão - entrada franca

Mostra de filmes que revelam as diferenças e divisões presentes na nação alemã, tais como a Segunda Guerra Mundial, a oposição comunismo-capitalismo do pós-guerra e a xenofobia e suas conseqüências na vida dos imigrantes nos dias atuais.

(Os filmes serão exibidos em suporte DVD)

dia 1°/5 - quinta


às 15h
Adeus, Lênin!

(Alemanha, 2003, cor, 120min)
direção: Wolfgang Becker - elenco: Daniel Brühl, Katrin Saß, Chulpan Khamatova
Pouco antes da queda do muro de Berlim uma mulher entra em coma e desperta dias depois. Temendo que as mudanças políticas no país agravem seu estado de saúde, seu filho elabora um plano para que ela acredite que tudo continua exatamente como antes.


às 17h
Meu irmão - we'll meet again

(Alemanha, 2005, cor, 57min)
direção: Thomas Heise - elenco: Andreas Heise
Amigos ativistas da República Democrática Alemã são usados pela polícia secreta da extinta Alemanha Oriental.

às 19h30
Lili Marleen

(Alemanha, 1980, cor, 120min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Giancarlo Giannini, Mel Ferrer
Cantora de cabaré faz sucesso entre os nazistas ao interpretar a canção Lili Marleen, um hino dos soldados de Hitler. Ela cai nas graças do partido até o momento em que se apaixona por um judeu e passa a apoiar a resistência a Hitler, mesmo sem ter muita consciência política.


dia 2/5 - sexta

às 15h
O casamento de Maria Braun
(Alemanha, 1978, cor, 120min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Klaus Löwitsch, Ivan Desny
Logo após casar-se com Maria, Hermann Braun parte para a guerra. Ele é dado como morto, mas reaparece ao final do conflito.

às 17h
Fogo que não se apaga
(Alemanha, 1969, P&B, 25min - DVD)
direção: Harun Farocki - elenco: Harun Farocki, Eckart Kammer, Hanspeter Krüger
Primeiro filme realizado por Farocki fora da Academia de Cinema, que faz a ligação entre o aspecto didático e a agitação política, por meio de uma rígida escassez de meios cinematográficos. O diretor aposta numa elaboração pedagógica contra o voyeurismo das reportagens da guerra do Vietnã.

às 19h30
Imagens da prisão
(Alemanha, 2000, P&B, 60min)
direção: Harun Farocki
No filme de Farocki o estabelecimento penal aparece como laboratório antropológico, onde, a partir do olho da câmara, é estudada a morte e a vida.

dia 3/5 - sábado

às 15h
Céu sem estrelas
(Alemanha, 1955, P&B, 109min)
direção: Helmut Käutner - elenco: Erik Schumann, Eva Kotthaus, Georg Thomalla
Trágica história de amor entre uma operária da Alemanha Oriental e um policial de fronteira da Alemanha Ocidental. Após a morte dele no front, ela dá à luz um bebê. Pressionada pelos pais dele, entrega seu filho para adoção.

às 17h
Black box brd
(Alemanha, 2000, cor, 100min)
direção: Andres Veiel - elenco: Volker Bohnet, Fritz Wepper, Michael Hinz
Em novembro de 1989, Alfred Herrhausen, presidente do Deutsche Bank, morre vítima de um atentado, cuja responsabilidade foi então atribuída à RAF (Fração Exército Vermelho). Quatro anos mais tarde, morre Wolfgang Grams, suposto membro da RAF. O filme investiga pistas e estabelece uma relação entre as duas biografias.

às 19h30
O medo devora a alma
(Alemanha, 1973/74, cor, 93min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Brigitte Mira, El Hedi Ben Salem, Barbara Valentin
Uma viúva se apaixona por um negro e muçulmano 20 anos mais novo. Eles decidem se casar e enfrentam os preconceitos quanto ao relacionamento. À medida que vão vencendo as dificuldades, começam a questionar a relação.

dia 4/5 - domingo

às 15h
O machão
(Alemanha, 1969, P&B, 88min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Lilith Ungerer, Elga Sorbas
Numa pequena cidade do Sul da Alemanha, um operário grego desperta a agressividade de um grupo de operários desempregados. Estes encontram uma vítima perfeita para descarregar todo o seu ódio pelos estrangeiros.
às 17h
O nono dia
(Alemanha, 2004, cor, 97min)
direção: Volker Schlöndorff - elenco: Ulrich Matthes, August Diehl, Hilmar Thate
Em 1942, o padre Henri Kremer recebe nove dias de liberdade do campo de concentração para decidir se deve convencer sua igreja a colaborar com os nazistas ou não. Dependendo da decisão, ele, sua família e confrades presos serão mortos. Baseado em trechos do diário do religioso Jean Bernard.

dia 6/5 - terça

às 15h
Lili Marleen
(Alemanha, 1980, cor, 120min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Giancarlo Giannini, Mel Ferrer
Cantora de cabaré faz sucesso entre os nazistas ao interpretar a canção Lili Marleen, um hino dos soldados de Hitler. Ela cai nas graças do partido até o momento em que se apaixona por um judeu e passa a apoiar a resistência a Hitler, mesmo sem ter muita consciência política.

às 17h
Adeus, Lênin!
(Alemanha, 2003, cor, 120min)
direção: Wolfgang Becker - elenco: Daniel Brühl, Katrin Saß, Chulpan Khamatova
Pouco antes da queda do muro de Berlim uma mulher entra em coma e desperta dias depois. Temendo que as mudanças políticas no país agravem seu estado de saúde, seu filho elabora um plano para que ela acredite que tudo continua exatamente como antes.

às 19h30
O último a saber
(Alemanha, 2006, cor, 72min)
direção: Marc Bauder, Dörte Franke
Quatro ex-prisioneiros políticos da RDA, condenados a penas de vários anos, relatam sobre suas experiências do passado e do presente.

dia 7/5 - quarta

às 15h
Fogo que não se apaga
(Alemanha, 1969, P&B, 25min - DVD)
direção: Harun Farocki - elenco: Harun Farocki, Eckart Kammer, Hanspeter Krüger
Primeiro filme realizado por Farocki fora da Academia de Cinema, que faz a ligação entre o aspecto didático e a agitação política, por meio de uma rígida escassez de meios cinematográficos. O diretor aposta numa elaboração pedagógica contra o voyeurismo das reportagens da guerra do Vietnã.

às 17h
Black box brd
(Alemanha, 2000, cor, 100min)
direção: Andres Veiel - elenco: Volker Bohnet, Fritz Wepper, Michael Hinz
Em novembro de 1989, Alfred Herrhausen, presidente do Deutsche Bank, morre vítima de um atentado, cuja responsabilidade foi então atribuída à RAF (Fração Exército Vermelho). Quatro anos mais tarde, morre Wolfgang Grams, suposto membro da RAF. O filme investiga pistas e estabelece uma relação entre as duas biografias.

às 19h30
O desespero de Veronika Voss
(Alemanha, 1981, P&B, 104min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Rosel Zech, Hilmar Thate, Cornelia Froboess
Um locutor esportivo conhece uma antiga estrela de cinema da UFA (empresa cinematográfica do Terceiro Reich). Ele tenta investigar por que ela se viciou em bebida e morfina e a influência que uma médica exerce em sua vida.

dia 8/5 - quinta

às 15h
Perder e ganhar
(Alemanha, 2006, cor, 96min)
direção: Ulrike Franke, Michael Loeken
Após oito anos, uma moderna fábrica construída na cidade de Dortmund, tem suas instalações fechadas e todos os projetos de construção vendidos a chineses. Os diretores acompanharam os trabalhos de desmontagem da empresa e todos os conflitos entre os poucos operários alemães que permaneceram e seus novos colegas.

às 17h
O casamento de Maria Braun
(Alemanha, 1978, cor, 120min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Klaus Löwitsch, Ivan Desny
Logo após casar-se com Maria, Hermann Braun parte para a guerra. Ele é dado como morto, mas reaparece ao final do conflito.

às 19h30
Luzes
(Alemanha, 2003, cor, 105min)
direção: Hans-Christian Schmid - elenco: Ivan Shvedoff, Anna Janowskaja, Sergej Frolov
O rio Oder separa Frankfurt da cidade polonesa Slubice e marca a divisão entre dois mundos bem diferentes. Ricos e pobres vivem nessa área em busca de felicidade. Retrato do drama recorrente na vida de vários personagens.

dia 9/5 - sexta

às 15h
Was lebst du?
(Alemanha, 2004, cor, 84min)
direção: Bettina Braun - elenco: Ali el Mkllaki, Kais Setti, Alban Kadiri, Ertan Dinc
Documentário que acompanhou durante anos quatro jovens, filhos de imigrantes do Marrocos, da Tunísia, Albânia e Turquia que tinham ido viver em Colônia.

às 17h
O medo devora a alma
(Alemanha, 1973/74, cor, 93min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Brigitte Mira, El Hedi Ben Salem, Barbara Valentin
Uma viúva se apaixona por um negro e muçulmano 20 anos mais novo. Eles decidem se casar e enfrentam os preconceitos quanto ao relacionamento. À medida que vão vencendo as dificuldades, começam a questionar a relação.

às 19h30
Céu sem estrelas
(Alemanha, 1955, P&B, 109min)
direção: Helmut Käutner - elenco: Erik Schumann, Eva Kotthaus, Georg Thomalla
Trágica história de amor entre uma operária da Alemanha Oriental e um policial de fronteira da Alemanha Ocidental. Após a morte dele no front, ela dá à luz um bebê. Pressionada pelos pais dele, entrega seu filho para adoção.

dia 10/5 - sábado

às 15h
Imagens da prisão
(Alemanha, 2000, P&B, 60min)
direção: Harun Farocki
No filme de Farocki o estabelecimento penal aparece como laboratório antropológico, onde, a partir do olho da câmara, é estudada a morte e a vida.

às 17h
O último a saber
(Alemanha, 2006, cor, 72min)
direção: Marc Bauder, Dörte Franke
Quatro ex-prisioneiros políticos da RDA, condenados a penas de vários anos, relatam sobre suas experiências do passado e do presente.

às 19h30
O desespero de Veronika Voss
(Alemanha, 1981, P&B, 104min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Rosel Zech, Hilmar Thate, Cornelia Froboess
Um locutor esportivo conhece uma antiga estrela de cinema da UFA (empresa cinematográfica do Terceiro Reich). Ele tenta investigar por que ela se viciou em bebida e morfina e a influência que uma médica exerce em sua vida.

dia 11/5 - domingo

às 15h
Luzes
(Alemanha, 2003, cor, 105min)
direção: Hans-Christian Schmid - elenco: Ivan Shvedoff, Anna Janowskaja, Sergej Frolov
O rio Oder separa Frankfurt da cidade polonesa Slubice e marca a divisão entre dois mundos bem diferentes. Ricos e pobres vivem nessa área em busca de felicidade. Retrato do drama recorrente na vida de vários personagens.

às 17h
Fogo que não se apaga
(Alemanha, 1969, P&B, 25min - DVD)
direção: Harun Farocki - elenco: Harun Farocki, Eckart Kammer, Hanspeter Krüger
Primeiro filme realizado por Farocki fora da Academia de Cinema, que faz a ligação entre o aspecto didático e a agitação política, por meio de uma rígida escassez de meios cinematográficos. O diretor aposta numa elaboração pedagógica contra o voyeurismo das reportagens da guerra do Vietnã.

dia 13/5 - terça

às 15h
Imagens da prisão
(Alemanha, 2000, P&B, 60min)
direção: Harun Farocki
No filme de Farocki o estabelecimento penal aparece como laboratório antropológico, onde, a partir do olho da câmara, é estudada a morte e a vida.

às 17h
O machão
(Alemanha, 1969, P&B, 88min)
direção: Rainer Werner Fassbinder - elenco: Hanna Schygulla, Lilith Ungerer, Elga Sorbas
Numa pequena cidade do Sul da Alemanha, um operário grego desperta a agressividade de um grupo de operários desempregados. Estes encontram uma vítima perfeita para descarregar todo o seu ódio pelos estrangeiros.

às 19h30
Meu irmão - we'll meet again
(Alemanha, 2005, cor, 57min)
direção: Thomas Heise - elenco: Andreas Heise
Amigos ativistas da República Democrática Alemã são usados pela polícia secreta da extinta Alemanha Oriental.

dia 14/5 - quarta

às 15h
Was lebst du?
(Alemanha, 2004, cor, 84min)
direção: Bettina Braun - elenco: Ali el Mkllaki, Kais Setti, Alban Kadiri, Ertan Dinc
Documentário que acompanhou durante anos quatro jovens, filhos de imigrantes do Marrocos, da Tunísia, Albânia e Turquia que tinham ido viver em Colônia.

às 17h
Perder e ganhar
(Alemanha, 2006, cor, 96min)
direção: Ulrike Franke, Michael Loeken
Após oito anos, uma moderna fábrica construída na cidade de Dortmund, tem suas instalações fechadas e todos os projetos de construção vendidos a chineses. Os diretores acompanharam os trabalhos de desmontagem da empresa e todos os conflitos entre os poucos operários alemães que permaneceram e seus novos colegas.

às 19h30
O nono dia
(Alemanha, 2004, cor, 97min)
direção: Volker Schlöndorff - elenco: Ulrich Matthes, August Diehl, Hilmar Thate
Em 1942, o padre Henri Kremer recebe nove dias de liberdade do campo de concentração para decidir se deve convencer sua igreja a colaborar com os nazistas ou não. Dependendo da decisão, ele, sua família e confrades presos serão mortos. Baseado em trechos do diário do religioso Jean Bernard.

Alexander Kluge




de 13 a 18/5

co-realização: Instituto Goethe de São Paulo

Idade recomendada: 16 anos
retirada de ingressos: uma hora antes de cada sessão
Sala Lima Barreto - entrada franca

Homenagem a Alexander Kluge, um dos principais cineastas alemães da segunda metade do século 20 e um dos fundadores do chamado Novo Cinema Alemão.

dia 13/5 - terça

16h
Despedida de ontem

(Abschied von gestern, 1965/66, P&B, 84min - suporte DVD -legendas em espanhol)
direção e roteiro: Alexander Kluge - elenco: Alexandra Kluge, Günter Mack, Eva Maria Meineke, Hans Korte
Uma jovem é presa ao roubar um pulôver. Após cumprir pena, ela tenta recomeçar sua vida, mas acaba indo para a cadeia novamente. Roteiro baseado na história de Anita G.

18h
Os artistas sob a cúpula do circo: perplexos

(Die Artisten in der Zirkuskuppel: Ratlos, 1968, cor, 103min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção: Alexander Kluge - elenco: Hannelore Hoger, Alfred Edel, Bernd Hoeltz, Siegfried Graue
Leni Peickert se propõe a fundar um circo diferente, mas adia a inauguração ao perceber que seus colaboradores reagem mal à idéia de um circo reformado.

20h
A indomável Leni Peickert

(Die unbezähmbare Leni Peickert, 1967/69, cor e P&B, 33min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção e roteiro: Alexander Kluge - elenco: Hannelore Hoger e outros
Outros empreendimentos da indomável dona de circo Leni Peickert: circo no inverno; encontro com colegas russos; adágios e poemas de sua autoria; luta por espaço na programação da TV.

Ferdinando, o forte

(Der starke Ferdinand,1975/76, cor, 79min - suporte 16mm - legendas em português)
direção: Alexander Kluge - elenco: Heinz Schubert, Verena Rudolph, Gert Günther Hoffmann, Heinz Schimmelpfennig
Ferdinand Rieche, um antigo delegado, é agora chefe de segurança de uma grande empresa química. Aos 50 anos foi expulso da polícia por ter se mostrado muito diligente quando não devia e por não obedecer aos seus superiores.

dia 14/5 - quarta

16h
O grande caos

(Der Grosse Verhau, 1969/70, cor e P&B, 90min - uporte DVD - legendas em espanhol)
direção e roteiro: Alexander Kluge - elenco: Vinzenz e Maria Sterr, Hannelore Hoger, Hark Bohm
A galáxia está tomada pela guerra civil. Entretanto, a Sociedade do Canal de Suez demonstra capacidade de sobrevivência mesmo tendo perdido seu bem original: o Canal. Algumas personagens habitam o cosmo. As histórias relatadas em Processos de aprendizagem com morte no final, originalmente publicadas no livro Unheimlichkeit der Zeit (O caráter inquietante do tempo), de Kluge, dão continuidade ao filme.

18h
Programa de curtas Alexander Kluge
(suporte 16mm - 98min - legendas em português)

Brutalidade em pedra - A eternidade de ontem
(1960, P&B - suporte 12min)
produção, roteiro, montagem e direção: Alexander Kluge, Peter Schamoni
Análise do sistema nacional-socialista, baseando-se em sua arquitetura. Para isso, são utilizadas imagens da "área do partido do Reich", em Nuremberg, e os projetos de um pavilhão de congressos em estilo romano.
Professor em transformação
(1962/63, P&B, 11min)
produção, roteiro, montagem e direção: Alexander Kluge
Três professores do período nazista servem de pretexto para o diretor refletir sobre uma "Educação sem perspectivas".
Retrato de quem deu certo
(1964, P&B, 10min)
roteiro e direção: Alexander Kluge
História de um ex-policial oportunista, que serviu a seis governos e "sempre se deu bem".
A Sra. Blackburn, nascida em 5 de janeiro de 1872, é filmada
(1967, P&B, 14min)
roteiro e direção: Alexander Kluge
Primeiro filme de Kluge sobre um membro de sua própria família. A Sra. Blackburn, 95 anos, é a sua avó. Kluge permite que ela conte e improvise, e introduz uma pequena ação narrativa.
Bombeiro E. A. Winterstein
(1968, P&B, 11min)
roteiro e direção: Alexander Kluge
Trata-se de um filme totalmente confuso, realizado com material documentário e restos do filme Despedida de ontem. Uma colagem de associações e montagens.
Notícias dos Staufer
(1977, cor e P&B, 40min)
roteiro e direção: Alexander Kluge e Maximiliane Mainka
Realizado durante a grande exposição dos Staufer, em Stuttgart. O material é usado por Kluge para demonstrar a tese de que os alemães, em sua história milenar, sempre se agarram à esperança de um "salvador".

20h
Willi Tobler e a queda da 6ª frota

(Willi Tobler und der Untergang der 6. Flotte, 1971, cor e P&B, 78min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção: Alexander Kluge - elenco: Alfred Edel, Helga Skalla, Hark Bohm, Kurt Jürgens
Guerra civil galáctica, final de 2040. Depois de um bombardeio cósmico, Willi Tobler resolve se desvencilhar de todos os seus bens e de todos os propósitos e virtudes. Livre de responsabilidade, ele quer agora cuidar da própria segurança e oferece seus serviços a um almirante sideral. Recebe o posto de porta-voz de imprensa da 6ª frota, mas seu engajamento torna-se uma armadilha.

dia 15/5 - quinta

16h
Trabalho ocasional de uma escrava

(Gelegenheitsarbeit einer Sklavin, 1973, P&B, 91min - suporte DVD - legendas em espanhol)
roteiro e direção: Alexander Kluge - elenco: Alexandra Kluge, Bion Steinborn, Franz Bronski, Sylvia Gartmann
Roswita Bronski dirige uma agência clandestina de aborto. Quando o lugar é fechado pela polícia, ela se torna uma ativista política na fábrica onde seu marido trabalha e ele acaba sendo despedido por causa disso. Ela começa, então, a distribuir panfletos políticos, num quiosque na frente da empresa.

18h
O poder dos sentimentos

(Die Macht der Gefühle, 1983, P&B e cor, 115min - suporte 16mm - legendas em português)
direção: Alexander Kluge - elenco: Hannelore Hoger, Alexandra Kluge, Edgar Boehlke, Barbara Aver
Em pequenas histórias, Kluge mostra o poder e o efeito dos sentimentos utilizando colagem de imagens e sons. Ele tenta transmitir ao espectador a dialética do comportamento humano regido por sentimentos.

20h
Em caso de perigo e grande risco, o meio-termo leva à morte

(In Gefahr und größter Not bringt der Mittelweg den Tod, 1974, P&B, 90min - suporte 16mm - legendas em portugues)
roteiro e direção: Alexander Kluge - elenco: Dagmar Bödderich, Jutta Winkelmann, Norberg Kentrup, Kurt Jürgens
Em Frankfurt, a polícia realiza uma violenta desocupação de casas, em pleno carnaval. Desabrigadas, duas mulheres perambulam pela cidade: uma garota de programa e ladra e uma espiã da Alemanha Oriental.

dia 16/5 - sexta

16h
Ferdinando, o forte

(Der starke Ferdinand,1975/76, cor, 79min - suporte 16mm - legendas em português)
direção: Alexander Kluge - elenco: Heinz Schubert, Verena Rudolph, Gert Günther Hoffmann, Heinz Schimmelpfennig
Ferdinand Rieche, um antigo delegado, é agora chefe de segurança de uma grande empresa química. Aos 50 anos foi expulso da polícia por ter se mostrado muito diligente quando não devia e por não obedecer aos seus superiores.

18h
A patriota

(Die Patriotin, 1979, P&B e cor, 121min - suporte 16mm - legendas em português)
roteiro e direção: Alexander Kluge - elenco: Hannelore Hoger, Dieter Mainka, Alfred Edel, Kurt Jürgens
A professora Gabi Teichert busca as raízes da História alemã. É preciso descobri-la se não quisermos ser mortos por ela. Alexander Kluge passa em revista a história alemã. Uma colagem bem-humorada, que também deixa espaço para o sonho e a fantasia.

20h
Alemanha no outono

(Deutschland im Herbst, 1978, cor e P&B, 119min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção: Alexander Kluge, Volker Schlöndorff, Rainer Werner Fassbinder, Alf Brustellin, Bernhard Sinkel, Katja Rupe, Hans Peter Closs, Edgar Reitz, Maximiliane Mainka, Peter Schúbert - elenco: Rainer Werner Fassbinder, Armin Meier, Liselotte Eder, Hannelore Hoger
Outono de 1977. Um filme coletivo que é uma continuação coerente do filme de autor. Ele mistura temperamentos, aglutina forças e põe em marcha vários outros filmes (na seqüência, Fassbinder filmou A terceira geração, e eu, A patriota).

dia 17/5 - sábado

16h
Guerra e paz

(Krieg und Frieden, 1982/83, 118min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção: Alexander Kluge, Stefan Aust, Axel Engstfeld, Volker Schlöndorff
Em 1945, se a guerra na Europa não tivesse acabado em maio, mas só em agosto, a bomba atômica poderia ter sido lançada não sobre Hiroshima, mas sobre Berlim (Valentin Falin). O tema é a marcha dos 300 mil manifestantes que foram a Bonn protestar. Ao final do processo, caiu o primeiro-ministro Helmut Schmidt, em razão da crise na esfera pública, que abalava o país.

18h
Notícias variadas

(Vermischte Nachrichten, 1986, 103min - suporte DVD - legendas em espanhol)
roteiro e direção: Alexander Kluge - elenco: Jutta Hoffmann, Armin Mueller-Stahl, Michael Rehberg, Rosel Zech
Nos jornais antigos, as notícias variadas podiam ser encontradas na última página. Sem tanta vigilância editorial, retratavam todo tipo de história, como a do filho que protege a mãe com uma arma, um caso de canibalismo em Stalingrado ou a recepção oferecida por Honnecker no dia em que a lei marcial foi imposta na Polônia.

20h
O candidato

(Der Kandidat, 1980, cor, 124min - suporte DVD - legendas em espanhol)
direção: Stefan Aust, Alexander Kluge - elenco: Wolf Biermann, Karl Carstens, Edmund Stoiber, Franz Joseph Strauss
Por ocasião da candidatura de Franz Josef Strauss ao posto de primeiro-ministro, Volker Schlöndorff, Stefan Aust e Alexander Kluge se reúnem para realizar mais uma produção conjunta. O filme retrata a campanha eleitoral e questões da esfera política.

dia 18/5 - domingo

16h
O ataque do presente contra o restante do tempo

(Der Angriff der Gegenwart auf die übrige Zeit, 1985, cor, 113min - suporte 16mm - legendas em português)
roteiro e direção: Alexander Kluge - elenco: Jutta Hoffmann, Armin Mueller-Stahl, Rosel Zecy, Alfred Edel
O filme mostra pessoas que se tornaram superficiais, chefes apressados e pessoas que detêm o poder, mas não têm tempo de exercê-lo. Várias histórias que abordam questões relacionadas à utilização do tempo no século 20.

18h
Serpentine Gallery Program 1995 - 2005
(suporte DVD - 52min - legendas em espanhol)

Ich War Hitlers Bodyguard
(2000, 45min)
O perfil de Manfred Pichota aparece em vários documentos históricos. O que ele pode dizer sobre isso?
Minutenfilme
(2006, 7min)
Fragmentos de programas televisivos.

20h
O poder dos sentimentos

(Die Macht der Gefühle, 1983, P&B e cor, 115min - suporte 16mm - legendas em português)
direção: Alexander Kluge - elenco: Hannelore Hoger, Alexandra Kluge, Edgar Boehlke, Barbara Aver
Em pequenas histórias, Kluge mostra o poder e o efeito dos sentimentos utilizando colagem de imagens e sons. Ele tenta transmitir ao espectador a dialética do comportamento humano regido por sentimentos.


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Ao som de Lee Morgan - Mr Kenyatta